Histórias contadas #2: a primeira meia maratona de Eliza

terça-feira, 19 de janeiro de 2016


Sempre digo que as corridas de rua me presentearam com amigos muito especiais. Um desses presentes é Eliza Karla Ohnesorge. Adoro essa mocinha. E no ano passado ela correu sua primeira meia maratona. Não poderia perder a oportunidade de abrir esse espaço para que ela descrevesse sua emoção. Bora viajar com Eliza.


“Realmente, não há uma corrida igual a outra... E, para mim, foi muito especial! Acredito até, que tenha sido um divisor de águas. Um divisor do que era dúvida e do que é certeza, do que eu pretendia e do que realmente posso!

E essa foi a importância da Maratona Internacional do Rio de Janeiro, em que, pela primeira vez corri uma Meia Maratona.
E foi lindo... - e o Rio de Janeiro continua lindoooo.
Domingo de manhã, o despertador (Janusa) me acordou 03h40minh. Pensei “putzzzzz que loucura eu sair da minha cama quentinha, nesse frio, pra correr e ainda 21 km! Sou doida mesmo!!”
Logo o hotel (100% corredores) foi despertando e os loucos se encontrando para o grande dia!

Cada um com seu objetivo, seu sonho, sua determinação, sua coragem, sua loucura... 42 km, 21 km e 6 km. E lá fomos nós, cada um seguindo pro seu ponto de largada.
No trajeto foi juntando ansiedade, medo de não completar, medo de ter que desistir... É ruim desistir. Às vezes, é preciso saber a hora de parar, mas eu não queria que isso acontecesse e tive medo de ter que desistir. Porém, do outro lado, estava a vontade, o desejo de superar, o desejo de fazer os 21 km no Rio, o desejo de olhar as paisagens incríveis durante o percurso e por fim, Deus preparou “dois anjos” chamados Denise e Gizele para me acompanhar.

Logo no início, um momento marcante e de muita emoção, um rapaz com uma prótese na perna e de muletas nos ultrapassa na maior alegria e correndo muito! Logo perguntei para as minhas “anjas”: Qual o nosso problema mesmo? E gritamos “NENHUM, bora correr!” E lá fomos nós, agradecendo a Deus por aquele momento mágico! Pela oportunidade de correr em lugares tão bonitos e de celebrar a vida!

Seguimos em frente e um novo túnel. Ah que energia, luzes refletindo nas paredes ao som de música eletrônica. Nessa hora, eu pensei: Vou cruzar a linha de chegada, não vou desistir! A insegurança foi embora e tive a certeza que chegaria!

A organização da prova foi impecável em tudo! Bastante água, Gatorade, biscoito de água e sal, biscoito recheado, mexerica, banana, que nem dava tempo de sentir sede ou fome. Por volta do km 17, 18, mais ou menos, o cansaço foi chegando e o meu relógio parou - QUE MERDA! Comecei a briga com o psicológico, que me provocava a desistir. Diminuí um pouco o ritmo e falei com Denize que era pra seguir que estaria logo atrás... E chorei. Nesse momento que comecei a sentir a prova. Aliás, a batalha começava ali!

Nos quilômetros finais foi uma mistura de emoções. Eu precisava parar de correr, precisava chegar logo, mas ao mesmo tempo, já foi dando saudade da prova! Comecei a caminhar um pouco. E que chegada! É uma verdadeira festa! Tem fotógrafos por todos os lados, os staffs incentivando, passei por diversos atletas chorando emocionados, alguns de mãos dadas, outros literalmente empurrando os companheiros de jornada... É difícil descrever o cenário.

E após 02h43min cruzei a linha de chegada com lágrimas e braços abertos... Abertos com vontade de abraçar naquele momento todas as pessoas que tanto gosto: meu marido que sempre me apoia, meus filhos, minha família, meus grandes amigos, meus grandes amigos feitos na corrida, a minha querida treinadora Tia Lu da Fit Run.... E agradeci, mais uma vez, silenciosamente e euforicamente por dentro, a Deus, pela saúde e pelos movimentos corporais que me permitem aventuras como essa! E quando termina a satisfação é enorme!”

Não tem como não se emocionar com esse lindo depoimento. Parabéns, querida. Neste ano estou programando os meus primeiros 21 km. Bora treinar.